A Mãe Do Mundo
Por André Kërr
Ó Mãe, Tu que dança na escuridão da noite
Tu és a sombra e o tempo, ó ventre da vida
Desde os tempos imemoriais Tu és conhecida
Os três mundos tremem e se ajoelham a seus pés
Libertadora das almas de fé
Os demônios fogem aflitos da Tua presença
E os sadhus se aproximam de Ti em êxtase e reverência
Deusa de pele negra, adornada com caveiras
Tua sabedoria excede todas as fronteiras
Não há encantamento que resiste a Teu poder
Ele é Infinito e por isso há zelo no seu rito
Ó Suprema, este mundo selvagem é o Teu espelho
A partir das partes mortas de uma criatura viva
As mães alimentam seus filhotes em desespero
Seu olhar é severo e repreende com justificativa
Esta natureza é bela, crua, selvagem como Você
Mãe, no Teu abraço eu me entrego e permito me perder
Sua aparência afasta os que amam a ilusão
Mas quando o som da Sua voz é ouvida dentro do coração
Encontramos em Ti a mais profunda forma de compaixão
Destruidora do ego daqueles que ama
Deusa Primordial, guia-nos pelo oceano de Brahman!
