Na astrologia védica, os dashas são um sistema de predição de eventos com datas, usado geralmente para descobrir mais a respeito dos eventos da vida de um nativo e suas fases, podendo predizer o momento atual e futuro. Foram desenvolvidos no passado uma série de sistemas que concorreram entre si na história ao longo do tempo, porém, a princípio, o Kaal Chakra Dasha e o Vimshottari Dasha ganharam espaço e preferência pela maior parte dos astrólogos, até a confirmação histórica da supremacia do Vimshottari Dasha, o qual foi coroado pelo próprio Parashara como “o melhor sistema para o Kaliyuga”, atual era do tempo em que vivemos.
Vimshottari Dasha
O Vimshottari Dasha se baseia no nakshatra da lua do nativo, porque a lua é o astro responsável pela separação psicológica do ser humano e o meio onde ele vive, ela é quem dá a sensação da separação do ser e do meio. Desta forma, o planeta que rege o nakshatra da lua também determina em qual planeta o dasha se iniciará. Existem outros sistemas baseados em signos na astrologia de Jaimini, há também o yogini, ashtottari, e alguns outros que só se aplicam em alguns poucos casos. Porém, no geral, o Vimshottari Dasha é o principal. Muitos ramos modernos da astrologia védica, como o Krishnamurti Paddhati (KP) e o Método Kerr (KERR), que são predominantemente focados em predições de eventos, levaram esta afirmação de Parashara até as últimas consequências, e têm seus sistemas totalmente baseados nele. Isto ocorre, porque o Vimshottari é uma das formas indiretas de se descobrir a posição real dos nakshatras.
O Vimshottari Dasha considera o máximo da vida humana como 120 anos, a partir daí, são divididos os Mahadashas na seguinte ordem: Ketu, Vênus, Sol, Lua, Marte, Rahu, Júpiter, Saturno e Mercúrio. O Mahadasha é o período maior, responsável pelo ambiente do nativo, as grandes conquistas e lições do período, e a sua personalidade atual. Caso alguém tenha a Lua em Swati, por exemplo, o nakshatra será regido por Rahu, desta forma, este será o primeiro planeta a ser ativado, após chegar em Saturno, ele retornará ao começo para Ketu, e isto se reiniciará até a morte do nativo. Os dashas têm muitas camadas de tempo, que vão desde muitos anos, até poucos minutos do dia, estes mais próximos são chamados de sub-períodos, e são mais facilmente percebidos pelos nativos; daí o sucesso dos métodos modernos em fazer predições de poucos dias.
Mahadashas
Ketu – 7 anos
Vênus – 20 anos
Sol – 6 anos
Lua – 10 anos
Marte – 7 anos
Rahu – 18 anos
Júpiter – 16 anos
Saturno – 19 anos
Mercúrio – 17 anos
Efeitos dos Dashas
O dasha do planeta dá o seu efeito dependendo da colocação do planeta no signo e nakshatra que ele rege, nos planetas conjuntos com ele. Logo, a força dos planetas associados determinarão seus efeitos durante aquele período. Além disso, o planeta também dá o resultado das casas que ele rege como indicador natural e também suas próprias características individuais. Em conjunto com ele, devem ser olhados os trânsitos, porém o dasha sempre terá a soberania. O Mahadasha é somente um pano de fundo, ou seja, a condição ambiental atual do nativo, e sua mudança geralmente sugere mudanças muito bruscas, como uma nova fase totalmente diferente. Por isso, o védico costuma prestar mais atenção aos sub-períodos (sub-dashas ou bukhtis), que são mais perceptíveis para a mente humana, que mudam em poucos meses ou dias.
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