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O Que é Guru?
Há uma grande diferença entre “guru” (गुरु) e o termo “gurú” que ouvimos de forma mais corriqueira no Brasil, este segundo é um termo usado para ridicularizar especialistas e líderes espirituais, e é proveniente de uma visão preconceituosa e orientalista, onde o Ocidente é visto como civilizado, “normal” e científico; e o outro, o Oriente, percebido como bárbaro, supersticioso e exótico§. Segundo o autor Fabio Bacila Sahd, “[…] o Orientalismo é inseparável do colonialismo, […] necessário para justificar o domínio sobre outros povos e a expansão e conquista de suas terras”§.
“A sílaba gu significa ignorância, a sílaba ru é aquele a dissipa.
Por causa do poder de dissipar a ignorância, o guru é assim chamado.”
— Advayataraka Upanishad, Verso 16
Embora seja usado como sinônimo de professor, o sentido desta palavra ultrapassa esta noção. Sabemos pelos Upanishads, categorias de textos explicativos da literatura védica, que a palavra “gu” pode também significar “escuridão” ou “ignorância”, especialmente junto a “ru” (aquele que dissipa). Porém, no seu sentido mais original, a sílaba “gu” (गु), é o nome dado aos “excrementos humanos”§, e que estes outros significados foram atribuídos no idioma posteriormente. Por isso, o objetivo do guru seria o mesmo que ajudar seus discípulos a se purificarem das falsas identidades, dos pecados e da ignorância.
Outra explicação menos comum, mas muito profunda, é a hipótese apresentada pelo mestre espiritual e autor Kirpal Singh, que afirma que esta expressão do sânscrito se origina de “giri” (aquele que chama), e escreve: “Aquele que sempre ouve o chamado Divino dentro de si e manifesta-o aos outros é descrito como um guru“.
Linguistas especializados em sânscrito também afirmam que esta palavra é um cognato verdadeiro que viria da palavra *gʷerə, de raiz protoindo-europeia, a mesma que originou gravis no latim e barus no grego, todos com o mesmo exato significado de “pesado”§. Desta forma, o guru seria aquele que por tanta abundância em conhecimento, chega a “pesar”. O planeta Júpiter é também chamado de “guru” e é o planeta mais pesado do sistema solar, desempenhando um grande papel espiritual junto a Vênus, o guru dos asuras, e Ketu, o planeta da iluminação.
O Guru Na Tradição Védica
“O Guru é Brahma. O Guru é Vishnu. O Guru é o Senhor Shiva. O Guru é, em verdade, o Supremo Brahman. Saudações a esse Guru!
Saudações ao Divino Guru, que, com o colírio do conhecimento, abriu os olhos daquele que estava cego pela doença da ignorância!”
– Trecho do Guru Gita do Visvasara Tantra
O Guru é percebido na tradição védica como uma manifestação visível do Deus invisível, ele é quem guiará o discípulo durante toda a sua formação. Pela sua alta complexidade, não há aprendizado autodidata em nenhuma das disciplinas da tradição védica, como é dito nos Upanishads, diretamente da boca dos deuses: “Podemos te dar o conhecimento, até mesmo do Eu Real (Atman), mas apenas um guru pode te mostrar o caminho” (Chandogya Upanishad IV, 14, 1 ). Ele não possui apenas a mera compreensão teórica sobre o assunto que ensina, mas de fato, tem o conhecimento prático sobre ele e o vivenciou. O Taittiriya Upanishad diz que o objetivo do mestre é ensinar ao discípulo a se esforçar, descobrir e experimentar a Verdade, que é a fonte, a sustentação e o fim do Universo.
“O guru é a máscara dourada que Deus veste para chegar até nós,
gradualmente a máscara cai e Deus é revelado.”
– Swami Vivekananda
O guru é, antes de tudo, um brâmane, alguém que tem uma essência intelectual e espiritual: “Tranquilidade, autocontrole, austeridade, pureza, tolerância, honestidade, conhecimento, sabedoria e religiosidade — são estas as qualidades naturais com as quais os brâmanes agem” (Bhagavad Gita 18:42). Diferente do que é esperado por muitos, nem sempre o guru é mais velho ou mais novo do que o discípulo, pois o que determina a maturidade de uma pessoa no Caminho Eterno é quanto tempo acumulado ele passou se dedicando à sua entrega a Deus em suas vidas anteriores, mas apenas almas já igualmente maduras conseguem ver além das aparências. Os grandes mestres Adi Shankara e Jesus Cristo não enfrentaram a morte com muito mais do que 32 anos, mas suas palavras jamais perecerão. Vemos em um hino famoso, que exalta o Senhor Shiva na forma do guru ideal, e para surpresa de todos, ele é um jovem mestre, Dakshinamurthi:
“Eu saúdo o Sri Dakshinamurti, o jovem mestre,
que ensina o conhecimento do Brahman através do silêncio,
que está cercado de discípulos, que são sábios e eruditos dos Vedas,
aquele que é o professor dos professores,
cujas mãos possui o sinal do conhecimento (cin-mudra),
cuja natureza é plena e que se revela a si mesmo, sempre em silêncio.”
– Trecho do Dakshinamurti Stotram
Em um trecho do Naradiya Purana chamado de Sri Hari Bhakti Sudhodaya, no capítulo 18, o sábio Parashara ainda criança, está sentado no colo de seu avô, o sacerdote da família de Ramachandra, este último um avatar de Vishnu. Como é costume dos indo-arianos prostrarem-se para cumprimentar anciãos e pessoas de respeito, Markandeya, se prostrou aos pés do avô de Parashara para honrar este grande sábio, quando ainda tinha sete anos de idade. Parashara vendo isto saiu do colo do avô imediatamente, pois era apenas uma criança aos olhos de todos. Markandeya vendo isto, prostrou-se perante Parashara e o corrigiu dizendo que o tempo que passamos no serviço devocional de Deus em nossas muitas vidas define a nossa maturidade real, e que Parashara, por tanto, era o mais velho dentre todos os anciãos ali.
Parashara coloca como um dos requisitos morais obrigatórios para se tornar um astrólogo védico ser capaz de honrar seus mestres, pois sendo um brâmane, em certo momento o astrólogo também poderá se tornar um:
“Somente os bons devem seguir o ensino desta ciência,
aqueles que são pacíficos, honram seus mestres,
que falam apenas a verdade e que são tementes a Deus.
Lamentável, sem dúvida, seria transmitir o conhecimento
desta ciência a um estudante desinteressado, herético e astuto.”
– Brihat Parashara Hora Shastra, capítulo 1, versos 7-8.
O respeito aos mestres é um requisito obrigatório para o progresso de qualquer disciplina védica e essencial para aqueles que buscam alcançar a emancipação espiritual. O respeito dado aos nossos pais é o mesmo que devemos dar aos mestres das disciplinas espirituais, pois honrá-los trará o fim do ciclo de reencarnações. E desonrá-los pode trazer difíceis consequências kármicas nesta e em outras vidas, inclusive a disputa entre eles.
“Um homem possui três grandes professores:
Seu pai, sua mãe e seu mestre espiritual,
a quem devem obedecer.
Honrando a mãe se ganha o mundo
honrando o pai se ganha os deuses
e a obediência ao mestre espiritual faz se unir a Brahman.“
– Vishnu Dharma Shastra, XXXI, 1-4, 10
Todas as pessoas, independente da sua posição, devem reverenciar os deuses e os brâmanes§. Krishna, que é Deus encarnado, nos diz que devemos pensar no mestre como sendo Ele Mesmo e nunca desrespeitá-lo de nenhuma maneira, jamais tendo inveja dele, ou imaginando se tratar de um mero homem comum, porque esta pessoa é o representante de todos os deuses§.
Existem diferentes tipos de gurus na tradição védica, a primeira classificação mais básica vem do Manu Smirti, capítulo 2, versos 140-141, onde é denominado por enquanto apenas dois tipos de gurus: upadhyaya, que ensina uma parte dos Vedas e ganha sua subsistência a partir disso; e o acharya que ensina os Vedas, os ritos Kalpasutras e os Upanishads, ensinando a todos gratuitamente.
Os Sete Tipos De Gurus
Além da classificação anterior, podemos categorizar ainda sete tipos, segundo o Skanda Purana:
- Suchak Guru – aquele que ensina diferentes assuntos em escolas e instituições (professores no geral);
- Vachak Guru – aquele que intercede e guia as pessoas a Deus;
- Baudhak Guru – aquele que é um guia espiritual e divulga métodos relevantes;
- Nishidh Guru – aquele que ensina magia negra para ferir os outros, os quais os homens sábios evitam;
- Vihit Guru – aquele que inicia o outro na jornada da espiritualidade;
- Karnakhya Guru – aquele que encoraja uma vida ascética;
- Param Guru – aquele que tira todos os seus medos e te liberta do ciclo de vida e renascimento;
Vale salientar que o astrólogo védico jamais é entendido como um “terapeuta holístico”, dentro da classificação do Purana, ele pode ser considerado um tipo de guru, e quando não (apenas na classificação moderna), um brâmane; mas nem sempre um param guru, embora já houveram astrólogos védicos na História, como Sri Yukteshwar Giri, que eram também Param Gurus realizados. Mas todo astrólogo védico, que está exercendo seus deveres de casta, deve guiar as pessoas a Deus, divulgar práticas e métodos relevantes, e ajudar a apontar para o início da jornada espiritual de cada pessoa. O astrólogo védico é mais um dos muitos instrutores espirituais na vida de uma pessoa.
“Um devoto deve ter apenas um único mestre na iniciação espiritual,
porque mais de um é algo proibido nas escrituras.
Por outro lado, não há limite para mestres
espirituais que sejam seus instrutores.
Geralmente, um mestre espiritual que constantemente instrui
uma disciplina na ciência espiritual torna-o com o tempo.”
– Sri Chaitanya Caitamrta Adi 1.35
De todos os gurus existentes, o Param Guru é o superior, pois sua mente está constantemente em Deus e ele se encontra em um estado de união plena com ele, de forma que a sua mera presença é suficiente para afastar as forças negativas e estimular a compaixão. §
Classificações Modernas
Na classificação moderna, todos os que executam as atividades que serão enumeradas a seguir são considerados brâmanes, o mais alto dever dos Vedas, mas nem todos são entendidos como gurus, pois houve uma mudança no entendimento do termo:
Guru – geralmente é utilizado como sinônimo do Param Guru, ou ainda, Sadguru.
“Aquele que é profundamente versado nas escrituras, puro, livre da luxúria, um conhecedor perfeito de Brahman, calmo como a chama quando seu combustível é consumido, um oceano de amor que conhece os motivos escondidos, um amigo de todas as pessoas que humildemente confiam nele. Deixe que o buscador aproxime do mestre com devoção e reverência. Então, depois de agradá-lo com sua humildade, amor e serviço, deixe-o perguntar o que quiser saber sobre o Atman”.
(Swami Prabhavananda. Isherwood, Christopher. 1947)
Rishi – um sábio devoto que alcançou um estado profundo de meditação e se torna um intermediário da Verdade Última. A partir dele são revelados os textos Shruti (os de máxima autoridade) e Kalpa (cerimônias e rituais).
Muni – um asceta que realizou austeridade e vive uma vida de devoção, alguns em total silêncio e outros cantam as glórias de Deus.
Yogi – é alguém que aprimorou suas qualidade físicas, mentais, psicológicos e energias de acordo com a Natureza e o Universo, usando a disciplina e conceitos do Yoga.
Siddha – é aquele que obteve habilidades únicas através de vários procedimentos, tais como austeridades, tapasya, e várias outras maneiras prescritas nos Vedas.
Archaka – aquele que realiza ritos dentro de um templo de uma divindade.
Purohita – uma pessoa que sabe realizar diferentes cerimônias para as pessoas, como pujas, kalpas, yajnas, homa, havans e muitas outras.
Pandit – Alguém que alcançou excelência em uma parte específica da escritura.
Jyotishaka – um astrólogo védico, que recebe a visão dos rishis do passado através da Jyotisha, os olhos dos Vedas.
Sucessão Discipular
“Esta ciência suprema foi assim recebida através da corrente de sucessão discipular, e os reis santos compreenderam-na desta maneira. Porém, com o passar do tempo, a sucessão foi interrompida, e portanto a ciência como ela é parece ter-se perdido.”
– Bhagavad Gita 4.2
A tradição védica utiliza o conceito da sucessão discipular (parampara), onde o discípulo aprende aos pés de um mestres durante a sua formação, e ele um dia se tornará mestre e passará este conhecimento a outro discípulo, e assim por diante. Na visão de muitos, inclusive na de Krishna, esta é uma garantia de qualidade dos ensinos espirituais.
- Estabelecimento de uma relação de mestre e aluno.
- Diksha (iniciação formal): Um reconhecimento forma deste relacionamento, geralmente uma cerimônia estruturada onde o guru aceita a pessoa como discipulo e aceita as responsabilidades de zelar pelo bem-estar e progressos do novo aluno.
- Shiksha (transmissão do conhecimento): Algumas vezes essa iniciação progredirá para o compartilhamento de um saber espiritual em específico.
- Gurudakshina (doação ao mestre): O aluno dá ao mestre em gratidão algum presente como recompensa, pode ser um dinheiro, algo de valor sentimental,um pedaço de fruta ou algo valioso.
- Guru gotra (adoção à linhagem): Adoção do sobrenome do Guru ou da Parampara no lugar do seu sobrenome familiar.
Maldições de Brâmanes
Um dos karmas mais difíceis existentes nas Escrituras são aqueles que nascem do desrespeito, da perseguição, agressão, homicídio, adultério e difamação contra um brâmane. Dos pecados mais graves dos Vedas, os chamados Maha Patakas, a maioria deles são crimes contra os mestres. Por isso, é importante repensar antes de iniciar qualquer agressão a estes salvadores, caso você não sinta confiança no conhecimento ou abordagem de um mestre, não ressoando com ele, isto significa que ele não é para você (ou ainda não é chegado o momento). Sem estabelecer uma relação de confiança verdadeira é impossível haver qualquer progresso.
“Se você não gostar das minhas palavras, você pode ir embora a qualquer momento.
Não quero nada de você, a não ser, seu próprio aperfeiçoamento.
Fique apenas se você se sentir beneficiado.”
– Sri Yukteswar, mestre de Paramahansa Yogananda.
Se é dado por Deus tal oportunidade e com um tapa o homem afasta a mão do Salvador, tamanha ingratidão o amaldiçoa de forma que os infortúnios se multiplicam para que sem atalhos ele alcance tudo em sua vida por mérito próprio sem favores divinos, tendo que redescobrir sozinho o caminho trilhado pelos santos, cortando lenha após lenha ao invés de chegar junto ao fogo aceso pelos mestres do passado.
“Se Shiva está irado, o Guru o salva;
mas se o Guru está irado, nem mesmo Shiva pode salvá-lo.
Por isso, se esforce para encontrar refúgio no Guru.”
– Guru Gita, Capítulo 1, verso 45
Tal pessoa que comete estes graves crimes terá um renascimento ruim. Vênus e Júpiter são os brâmanes do mapa astral védico, por isso tais atos enfraquecem Júpiter e Vênus, bem como as casas 5 ou 9, que se tornam desprovidas de força. Isto pode gerar divórcio, infertilidade, abortos, filhos doentes, doenças venéreas, afastamento da família na velhice, pobreza, transtornos alimentares, ser vítima de magias, desrespeito público, ataque de cavalos e elefantes. Mesmo na astrologia védica, é dito pelos grandes astrólogos do passados que certas ações desrespeitosas podem até mesmo levar a um renascimento no terrível inferno de Raurava§§.
Da mesma forma, o oposto também é verdade, as bênçãos de servir um mestre abre um fluxo de prosperidade, respeito, fertilidade, boa fama, proteção espiritual e viagens frutíferas que podem durar muitas vidas, fazendo com que Vênus e Júpiter fiquem exaltados, e as casas 5 e 9 se tornem extremamente dotadas de força.
A Desconfiança No Ocidente
Os gurus são reverenciados na tradição védica, mas profundamente desconfiados na tradição ocidental, devido a um desenrolar histórico diferente nessas duas civilizações. O sacerdócio ocidental (cristão) está estabelecido com base em um princípio de ceticismo, enquanto o sacerdócio védico é estabelecido com base em um princípio de confiança e reverência.
O excesso de concentração de poder nas mãos da Igreja Católica durante a Idade Média fez com que nobres sem vocação espiritual buscassem o sacerdócio e papas do século XVI colecionassem mulheres. Pouco tempo depois de tais escândalos, a Reforma Protestante decidiu romper com a Igreja, criando um sistema autônomo e pelo menos cinco novos dogmas, que só foram sistematizados mais tarde§, dentre eles: “Soli Deo Gloria” e “Sola Scriptura”, nos quais toda a autoridade humana havia sido atribuída às Escrituras Sagradas canônicas, escolhidas anteriormente pelos santos da Igreja Católica. O sacerdócio agora era universal, não de uma classe, mas de todas as pessoas §. A teologia de Santo Agostinho interpreta nos salmos do Rei Davi, onde ele conta o fato de ter sido um filho bastado de seu pai, dizendo “em iniquidade concebeu minha mãe“, que este é o diagnóstico geral: “o homem nasce mal” – e isto ecoa nas convicções cristãs, pois “não é sábio confiar em pessoas, os seres humanos são falhos!”.
O hinduísmo não acredita no dogma da “depravação total”, onde o ser humano é simplesmente mau por natureza devido aos erros de um antigo descendente primordial da raça humana. Ao contrário, acredita que, em essência, todos são o Brahman Absoluto, mas que nos apegamos às falsas identificações e aos desejos deste mundo passageiro enquanto vivemos essa experiência material, acreditando que ela é real. Quando nos purificamos de toda impureza, acessamos em nossos corações a Superalma, que já se encontra dentro de cada um de nós.
Um mestre é aquele que já alcançou um estado meritório em vidas anteriores, onde ele pode se tornar devoto integral do Deus Eterno e terá sua mente continuamente nele. Haverá cada vez menos espaço para ambições desmedidas, ego e paixões fugazes. Aquele que dedica seus atos a Deus se apresenta em estado sátvico, motivado pela compaixão por todos os seres, a quem vê como iguais; ele está num estado de unidade com Deus. Mesmo que seja um homem rico e more em um palácio, não será apegado a nenhum desses bens, podendo ser encontrado em roupas finas de festa, mas também nu e coberto de cinzas. Como abelhas e flores que são atraídas pelo frescor de uma linda flor que desabrochou, o mestre atrai as pessoas desejosas de conhecimento e emancipação espiritual. Ou ainda, o discípulo é atraído como uma das luas de Júpiter, são atraídas pela gravidade de sua imensidão. Como uma voz familiar, ouvimos a voz de Deus e a seguimos. Para encontrarmos tais mestres na Era de Kali, é necessário um grande mérito.